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DossierSIRESP

1. Dossier SIRESP

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O SIRESP (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança em Portugal) é, ou tem como objectivo ser, um sistema de comunicações móveis comum às forças de segurança, a emergência médica e a protecção civil, ver por favor o case study da Motorola, e a apresentação do MAI sobre o SIRESP.

A aquisição deste sistema seria igual a tantas outra, não fossem os seguintes factos:

  • A necessidade de termos um sistema de comunicações integrado é conhecida à muito. Foi no governo de Guterres que se inicia todo este processo em 1999;
  • Desde o início que este projecto está inquinado de suspeitas, no processo de procurement os potenciais cinco fornecedores pagaram 15 mil euros pelos cadernos de encargos, mas apenas o consórcio vencedor apresentou proposta. As empresas que desistiram alegam que o concurso estava decidido à partida;

  • O Ministro da Administração Interna (Daniel Sanches) e o Ministro das Finanças (Bagão Félix) assinaram o despacho de adjudicação do sistema num valor de mais de 500 milhões de euros (exactamente 538,2 milhões de Euros), três dias depois de terem perdido as eleições em 23 de Fevereiro de 2005;

  • O Ministro da Administração Interna (Daniel Sanches) fazia parte da Sociedade Lusa de Negócios (SLN, ver o Dossier BPN) antes de entrar no governo. Enquanto estava no governo adjudicou o SIRESP è SLN. E, quando saiu do governo, voltou à SLN;

  • Com a entrada do novo governo, este negócio foi posto em causa. Foi decretada a respectiva nulidade devido a considerar-se que os signatários da adjudicação não tinham competência para o fazer, dado que faziam parte de um Governo de gestão. O contrato voltou a ser homologado por António Costa.

  • Houve um inquérito que não encontrou qualquer irregularidade. O contrato não continuou como inicialmente já que foi renegociado por António Costa - (notar que não se voltou a fazer o concurso). O valor baixou porque foram retiradas algumas funcionalidades. Ver Resolução do Conselho de Ministros 74/2006. O 'novo' contrato foi assinado por António Costa em 3 de Julho de 2006.

  • Almiro de Oliveira, especialista em sistemas de comunicações alega que o montante investido é 5 vezes superior ao que deveria ser.

Em Janeiro de 2013, durante um temporal que assolou quase todo o país, a rede de comunicações do SIRESP falhou e colocou em causa as acções do INEM, polícia e bombeiros. O Governo decidiu que a empresa responsável pelo sistema, a SIRESP SA, foi alheia ao problema por estar na origem um corte no fornecimento de electricidade, ignorando o mau dimensionamento do sistema de energia alternativo implementado para estas situações.

Quase oito anos depois da renegociação do contrato feita por António Costa e da subsequente implementação dos sistema, continuamos a ter um sistema de comunicações para a protecção civil que não é fiável (tem tendência a falhar quando é mais necessário), tem custos elevados de manutenção, não tem uma cobertura a 100% do território nacional (continuam a haver lacunas um pouco por todo o território) e, apesar do dinheiro que se gastou, há várias entidades com poucos rádios. Veja a reportagem seguinte da TVI, de Janeiro de 2014, onde se faz um ponto da situação da implementação deste sistema:

    • Data: 2014-01-27
    • Fonte: TVI - Repórter TVI

2. Pessoas Envolvidas

3. SIRESP S.A.

Esta empresa assume-se como a operadora da Rede Nacional de Emergência e Segurança, com a missão de concepção, fornecimento, montagem, construção, gestão e manutenção do SIRESP. O Ministério da Administração Interna celebrou uma parceria público-privada com a SIRESP S.A. por 25 anos.

Esta empresa tem a seguinte estrutura accionista:

Empresa

Percentagem de acções

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SLN - Sociedade Lusa de Negócios

33,00 %

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PT Participações

30,55 %

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Motorola

14,90 %

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Esegur

12,00 %

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Datacomp

9,55 %

O seu financiamento foi assegurado pelos seguintes bancos:

  • CGD - Caixa Geral de Depósitos
  • BPN - Banco Português de Negócios
  • BES - Banco Espírito Santo
  • Millennium BCP - Banco Comercial Português

4. Cronologia

  • 1999.07.22 - Resolução do conselho de Ministros 88/99 - implementar uma rede móvel, única, com base em tecnologia de trunking digital (publicado em 12 de Agosto, ver anexos);

  • 2002.02.05 - Resolução do conselho de Ministros 26/2002 - decidiu-se o nome do projecto, escolheu-se a tecnologia de trunking (ver anexos);

  • 2003.04.08 - Publicada em Diário da República a resolução do conselho de Ministros 56/2003 (de 19 de Março): Resolução que redefine a instalação do SIRESP e adopta medidas para a sua concretização (ver anexos);
  • 2005.02.20 - Eleições legislativas;
  • 2005.02.23 - Assinatura da adjudicação por Daniel Sanches e Bagão Félix;
  • 2006.06.12 - Publicada em Diário da República a resolução do conselho de ministros 74/2006 - ;
  • 2006.07.03 - Contrato renegociado assinado por António Costa;

  • 2009.01.31 - Segundo o DN, o PGR vai investigar de novo o processo do SIRESP;

5. Artigos

5.1. Adjudicação

  • Ministros de Santana adjudicam sistema de comunicações três dias após as eleições

    • Data: 2005.03.23
    • Fonte: PÚBLICO
    • Autor: Mariana Oliveira

      O ex-ministro da Administração Interna, Daniel Sanches, assinou um despacho conjunto com o responsável pela pasta das Finanças, Bagão Félix, três dias após as eleições legislativas, adjudicando um sistema de comunicações, no valor de mais de 500 milhões de euros, a um consórcio liderado pela Sociedade Lusa de Negócios (SLN), uma holding para a qual o próprio Daniel Sanches trabalhou, antes de integrar o Governo de Santana Lopes.

5.2. O custo elevado

  • Estado gastou 485 milhões em negócio que valia um quinto

    • Data: 2008.06.02
    • Ponte: PÚBLICO
    • Autor: Mariana Oliveira

      O Estado está a pagar por uma rede de comunicações do Ministério da Administração Interna um total de 485,5 milhões de euros, cinco vezes mais do que poderia ter gasto se tivesse optado por outro modelo técnico e financeiro.

  • MAI vai vender comunicações a 60 euros/mês

    • Data: 2009.08.28
    • Fonte: DN
    • Autor: Licínio Lima
    • Os serviços e forças de segurança que queiram utilizar o sistema de comunicações para a emergência e segurança vão pagar uma assinatura mensal de 60 euros por cada terminal.

    • Desmentido: Blog do MAI: CONFUSÕES SOBRE OS TERMINAIS SIRESP

  • Estado vai pagar o dobro pelos terminais da Motorola para o Siresp

    • Data: 2009.09.25
    • Fonte: Jornal de Negócios
    • Autor: Alexandra Machado
    • O Governo vai adquirir 18 mil terminais para as comunicações das forças de segurança que utilizam o Siresp (Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal). E foram duas as empresas escolhidas para fornecer esses equipamentos. A Sepura e a Motorola, empresa que é também a responsável pelo fornecimento da infra-estrutura Siresp e que faz parte da empresa que o gere.
      [...]
      Do total acertado para a compra dos terminais para o Siresp, a britânica Sepura receberá um pouco mais de 13 milhões de euros por 10 mil equipamentos e a Motorola fica com 1,9 milhões de euros por mil equipamentos. O que significa que cada terminal da Motorola custará mais do dobro (1.919 euros) de cada equipamento da Sepura (769 euros). No conjunto dos 18 mil terminais, a média de custo é de 693 euros (sem IVA).

  • Parcerias Público-Privadas vão custar 769,3 milhões de euros

    • Data: 2010.01.26
    • Fonte: Público
    • Autor: Alexandra Campos, Luísa Pinto
    • Os encargos com as parcerias públicas privadas (PPP) vão significar, em 2009, uma factura de 769,3 milhões de euros, com as rendas das concessões rodoviárias a continuarem a significar a fatia mais grossa do bolo orçamental.

      [...]

      Na previsão de encargo plurianuais para as PPP aparece ainda a menção a mais de 40 milhões de euros anuais para pagar a única concessão contratada na área da segurança, o projecto SIRESP – Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal. Os pagamentos ao responsável pela “concepção, projecto, construção, gestão e manutenção de um sistema integrado de tecnologia Truncking digital para a rede de emergência e segurança” terminam em 2021, ano em que está previsto um pagamento de seis milhões de euros.

5.3. As suspeitas de corrupção

  • Polícia Judiciária faz buscas em consórcio que ganhou o SIRESP

    • Data: 2006.11.14
    • Fonte: Diário de Notícias
    • Autor: Eduardo Dâmaso, Licínio Lima e Carlos Rodrigues Lima

      O negócio de adjudicação do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), uma rede de comunicações que irá ligar entre si os principais organismos de socorro do País, está envolto em polémica. A Polícia Judiciária (PJ) procedeu a buscas na semana passada na Sociedade Lusa de Negócios (SLN), a empresa que lidera o consórcio com que, a 3 de Julho passado, o Ministério da Administração Interna (MAI) assinou um contrato de 485 milhões de euros para a instalação daquele sistema. As autoridades suspeitam da prática dos crimes de corrupção e tráfico de influências neste caso.

    • <!> Era interessante saber o resultado destas investigações <!>

  • SIRESP: Ministério Público diz que "até este momento" não ordenou reabertura do processo

    • Data: 2008.12.12
    • Fonte: LUSA
    • Autor: TQ/CC/CMP

      Depois de uma investigação feita pela TVI, a procuradora Cândida Almeida vai fazer novas inquirições a António Costa, Daniel Sanches e José Oliveira e Costa. Ainda assim o ministério público não vai por enquanto reabrir o processo.

  • PGR vai investigar de novo o processo do SIRESP - NOTA este link é para um cópia do artigo alojado no site do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público.

    • Data: 2009.01.31
    • Fonte: Diário de Notícias
    • Autor: Carlos Rodrigues Lima

      A procuradora Cândida Almeida foi buscar o processo que se encontrava arquivado sobre o sistema de informações de segurança que foi atribuído já durante o Governo de gestão de Santana Lopes a uma empresa ligada à SLN. A hipótese de reabertura está em cima da mesa, mas ainda apenas em análise. As buscas a Oliveira e Costa, no caso BPN, podem ter descoberto “factos novos”.

  • SIRESP:A MANCHETE DE 2-O6-08 - <!> ATENÇÃO: esta fonte é do domínio mai-gov.info, ver por favor a secção 6.1 deste dossier. <!>

    • Data: 2009.07.06
    • Fonte: Blog do MAI
    • Autor: JM - Será José Magalhães?
    • Na sequência do que nesta sede se tem vindo a escrever sobre o SIRESP, em resposta a textos desprovidos de rigor e fortemente indutores de erros de avaliação, regista-se a opinião do Provedor do Leitor do jornal “Público”, Joaquim Vieira, sem outros comentários, que não estes: ...

5.4. Menção na Comissão de Inquérito ao BPN

Quando questionado por Honório Novo do PCP sobre a contratação de Daniel Sanches para o universo BPN, Oliveira e Costa acaba por falar do sistema SIRESP. Adianta alguma coisa de novo sobre o custo do sistema e, além disso, a forma e o à-vontade como fala em "chamar ministros" ao seu gabinete não deixa de ser uma ilustração forte sobre o funcionamento destes grupos que parecem ser sempre protegidos pelo poder político.

A seguir transcrevemos a parte relevante da comissão de inquérito (da 43ª Reunião, tida em 26 de Maio de 2009, a partir da página 149):

O Sr. Honório Novo (PCP): — Vou mudar de tema, se me permite. Vou falar-lhe de uma contratação sugerida pelo Dr. Manuel Dias Loureiro: Dr. Daniel Sanches.

Queria perguntar-lhe o seguinte: quando o senhor se propõe fazer uma espécie de um agrupamento complementar de empresas, chamemos-lhe assim, para concorrer ao SIRESP, Sr. Dr. Daniel Sanches era funcionário do Grupo.

Queria saber se, sim ou não, o Dr. Daniel Sanches foi consultado para ajudar na composição da proposta concorrente ao SIRESP?

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Não. Nada, literalmente nada! Na verdade, acho quase ridículo que ande tanta gente à volta do problema do SIRESP a chatear o Grupo SLN. Eu explico em poucas palavras. Quando falam em 500 milhões de euros, ou não sei o quê, é tudo parvoíce. É tudo parvoíce! Eu vou já explicar como é que se chega lá: é a mesma coisa que o senhor estar a facturar durante 15 anos e juntar todas as facturas desses 15 anos. É assim que as coisas se passam!

Ora bem, o que se gastou para fazer o SIRESP julgo que andará à volta de 80 e tal milhões de euros. Participaram a Motorola, a PT (que presta o serviço de uma maneira geral), a Datacomp e a SLN.

Pois bem, na incorporação material (seja material físico ou material de software) do projecto, a SLN representa 12,8%, a Motorola trinta e tal por cento e o restante é da PT — que tem lá os sites que aluga a preços diabólicos.

Repare, em termos percentuais, o contributo dos grupos é este: o contributo que o Grupo SLN deu foi 12,8%, ou 13,2%, contra trinta e tal e contra cinquenta e tal! Então, por que é que chateiam...?

O Sr. Honório Novo (PCP): — As parcerias são assim, Sr. Dr. Mas, independentemente da participação das parcerias, há-de convir que há o know-how, e o know-how pode ser introduzido por um recurso humano essencial, conhecedor de toda a filosofia do projecto. E esse, o Dr. Daniel Sanches estava em condições de fazer, porque tinha sido quem foi, antes de ir para o Grupo SLN.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Mas não tinha conhecimentos técnicos para fazer uma coisa dessas. Para já, não participou em nada. Quem participou mais directamente fui eu. Aliás, foi no tempo do Ministro Figueiredo Lopes: eu chamei-o lá e falámos nesse assunto, de ele ir para a frente com esse processo...

O Sr. Honório Novo (PCP): — Chamou quem, Sr. Dr.?

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — O Ministro. Eu convidei o Ministro Figueiredo Lopes para conversarmos sobre o tema, e este esteve de acordo, efectivamente. O processo arrancou, sobretudo, com o Figueiredo Lopes, não foi... Coitado do Daniel Sanches!... Assinou um papel, não fez nada!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Depois, ele até adjudicou a obra à SLN, quando era Ministro.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Adjudicou à SLN...?

O Sr. Honório Novo(PCP): — E adjudicou-a em governo de gestão, Sr. Dr.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Mas, repare, estava tudo feito! O homem assinou um papel. Só porque a Dr.ª Manuela Ferreira Leite teve lá aquilo retido durante três ou quatro meses, quando foi ministra, é que não foi assinado no governo anterior. Como ela não gosta de fazer despesa, não assinou. Ficou lá! O que é importante focar e meter na cabeça das pessoas... — andam aí jornalistas a meter-se nisso. Eu não percebo como é que se mete na cabeça de alguém que, num projecto em que há cem unidades, em que um entra com 13 unidades e os outros entram com 30 e com 80, ou lá o que é, vão chatear quem entra com 13 e que, ainda por cima, tem de fazer aquela parte mais chata, que é desenvolver o software, que custa e que pode ter riscos!?... Enquanto isso, a PT aluga sites e vende electricidade (tem lá o espaço radioeléctrico, que também paga não sei quanto), a Motorola pôs lá o equipamento. Esses tiveram uma incorporação colossal e podiam ganhar dinheiro a sério; aqueles que, efectivamente, até podem perder na quota-parte que lhes pedem ainda são chateados por cima!

Para mim, não dá para compreender , porque ponho um bocado de racionalidade nas coisas. Infelizmente, nem todas as coisas correram bem, senão não estaríamos aqui agora, neste momento. Mas a verdade é esta: há coisas com que fico espantado e que só por má vontade das pessoas... — e não quer dizer que seja o Sr. Deputado, porque ouve falar disso tantas vezes que também falou!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Até li o processo todo, veja lá. E que é estranho, é!

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — E isto não é estranho? Que uma coisa sem significado nenhum num contexto... Se houvesse alguma coisa de corrupção, era aquele que tinha 13% que ia fazer a corrupção? Não tem sentido nenhum, não tem lógica! Não resiste a 10 segundos de raciocínio de pessoas inteligentes.

O Sr. Honório Novo (PCP): — Diria que há mais-valias para participações pequenas que são absolutamente incontroláveis, Sr. Dr.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Como?

O Sr. Honório Novo (PCP) : — Há mais-valias nos negócios de pequenos parceiros que são incontroláveis.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Mas ali não há. Não há!

O Sr. Honório Novo (PCP): — O Sr. Dr. diz que não há e eu aceito, naturalmente.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Absolutamente, não há!

O Sr. Honório Novo (PCP): — Mas não é por causa da dimensão que não podia haver, Sr. Dr.

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — O que é que iam fazer? Nós, como banco tão pequeno, o que é que podíamos fazer lá? Participámos no processo supletivamente, porque se eu pudesse ficar com zero de crédito, era zero! Não tínhamos interesse nenhum, porque isso ia contar para os plafonds, uma vez que a empresa tinha mais de 40% do capital da empresa. E já se sabe que o rendimento do capital da empresa é pequeno: 15% bruto e, porventura, pode ser menos. Portanto, não há razão nenhuma para andar a chatear o Dr. Daniel Sanches — o Dr. Daniel Sanches assinou um papel. Por acaso, a única coisa que lhe disse, quando ele se foi despedir, porque ia para Ministro, foi isto: «Eu lamento que o senhor vá para ministro, mas há uma coisa que lhe garanto: há lá um problema nosso para resolver e se, alguma vez, alguém lhe disser que lhe pedi para assinar aquilo, o senhor não aceite, porque não é verdade. Eu não peço agora e jamais lhe pedirei que faça alguma coisa por esse processo.».

O Sr. Honório Novo (PCP) : — Muito bem. Fica registada a sua opinião, que não é coincidente com a de todos, certamente

O Sr. Dr. Oliveira e Costa: — Mas é a verdadeira!

5.5. A comissão de inquérito ao SIRESP

  • "Estou completamente descrente nos resultados da comissão de inquérito" Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2010.04.20
    • Fonte: Jornal de Negócios
    • Autor: Eva Gaspar
    • José Eduardo Moniz acusou ainda António Costa, outro socialista, antigo ministro da Administração Interna e actual presidente da Câmara de Lisboa, de ter interferido, junto da administração da TVI, para tentar impedir a transmissão de uma peça em torno do Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) sobre o qual recaíam suspeitas de tráfico de influências.

5.6. Falha do sistema durante um temporal em 2013

Durante a tempestade que assolou quase todo o território nacional a 19 de Janeiro de 2013, o SIRESP falhou deixando vários conselhos isolados e os vários meios de emergência sem comunicações. Aparentemente a causa para esta enorme falha residiu no sistema alternativo de energia dos vários repetidores, que se servem de baterias com a duração de algumas horas em vez de geradores.

  • Autarcas criticam falhas na rede nacional de emergência e segurança Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2013.01.21
    • Fonte: Público
    • Autor: Redacção
    • O autarca social-democrata, que preside à Câmara Municipal de Pedrógão Grande, reconhece que a quebra de comunicações deixou os concelhos isolados e sem possibilidade de coordenar as operações de socorro com os bombeiros. “Nem para o 112 conseguíamos telefonar”, frisa João Marques, realçando que o próprio Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança – SIRESP – “não funcionou”, obrigando os bombeiros a recorrerem a equipamentos antigos para conseguirem contactos.
      Por outro lado, o presidente da câmara diz-se “espantado” com a falta de ligações através de redes móveis, que, “na falha de comunicações fixas e de dados, deveriam funcionar, e isso não aconteceu”.

  • Mau tempo: rede Siresp vai ser multada por falha durante temporal Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2013.01.26
    • Fonte: TVI 24
    • Autor: Tvi24 / Carlos Enes, Tvi
    • A rede de comunicações Siresp, usada pelo INEM, polícias e bombeiros, falhou durante o temporal do último fim-de-semana.
      O socorro às populações vítimas do mau tempo, mas também de doentes urgentes, foi afetado.
      O ministro da Administração Interna, em declarações à TVI, afirma que «obviamente» vai aplicar multas à operadora, por quebra contratual.

Apesar destas declarações de Miguel Macedo à TVI, o facto foi que os dias passaram e o assunto deixou de ser noticiado, até uma reportagem da RTP no programa Sexta às 9. Neste programa, os jornalistas pediram esclarecimentos ao Gabinete do Ministro da Administração Interna quanto à responsabilização do SIRESP e a resposta foi surpreendente:

  • Extracto da resposta do Gabinete do Ministro da Administração Interna ao Sexta às 9

    ... Não poderá ser responsabilizado por situações de falha verificadas em situações de força maior e que sejam devidas exclusivamente à interrupção de serviços de terceiros...

Os responsáveis políticos ilibam assim o SIRESP de qualquer responsabilidade, desculpando a má concepção do sistema de backup (energia alternativa) à falha eléctrica que decorreu aquando do temporal. De referir que as empresas de produção e distribuição de electricidade não são responsáveis por falhas de outros sistemas, pelo que a culpa morre solteira.

    • Data: 2013.02.22
    • Fonte: RTP - Sexta às 9
    • Esta reportagem descreve a situação da falha, custo do sistema e como, segundo o Governo, não é possível responsabilizar nem pedir indemnização à SIRESP, SA.

5.7. Falha durante um incêndio no Sardoal - 2016

  • SIRESP já tinha falhado em incêndios de 2016 Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2017.06.21
    • Fonte: DN
    • Autor: Valentina Marcelino
    • Associação de Bombeiros Profissionais diz que só falha de comunicações explica que "estrada da morte" não estivesse cortada O sistema de comunicações de emergência - SIRESP - teve falhas durante os incêndios de 2016, segundo confirma um relatório do ministério da Administração Interna (MAI), a que o DN teve acesso. O desempenho do SIRESP, ao qual têm sido apontadas também falhas no fogo de Pedrógão Grande, que que terão dificultado a resposta do socorro e combate, é uma das três questões que o primeiro-ministro quer ver esclarecidas (ver perguntas ao lado).

5.8. Falha durante o incêndio de Pedrógão Grande - 2017

No incêndio florestal de Pedrógão Grande, em 2017, onde se registaram 64 fatalidades, o sistema SIRESP voltou a falhar dificultando o trabalho dos bombeiros, protecção civil, GNR e demais intervenientes.

  • Falhas no SIRESP já tinham acontecido antes e ajudam a explicar descoordenação inicial no combate ao fogo Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2017.06.21
    • Fonte: publico
    • Autor: Natália Faria
    • As falhas no SIRESP, o sistema de comunicações que as diferentes forças usam para se coordenarem no terreno, podem ajudar a explicar por que tanta coisa falhou no combate ao fogo que começou no sábado em Pedrógão Grande. A GNR desviou ou não as pessoas que fugiam ao fogo para a Estrada Nacional 236-1, onde acabaram por ocorrer 47 das 64 mortes contabilizadas até agora no incêndio de Pedrógão Grande?

  • O incêndio em que foram precisas 17 horas para resolver uma avaria nas comunicações Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2017.06.21
    • Fonte: publico
    • Autor: João Pedro Pereira
    • No ano passado, enquanto os bombeiros combatiam as chamas no concelho do Sardoal, uma falha afectou as comunicações por rádio. A solução implicou múltiplas entidades, públicas e privadas. As condições numa zona de incêndio podem causar falhas na infraestrutura que assegura as comunicações no terreno. Foi o que aconteceu em Agosto do ano passado, num incêndio no concelho do Sardoal, em Santarém, onde as chamas obrigaram a evacuar uma aldeia de 50 pessoas e no qual uma avaria nas comunicações só foi resolvida 17 horas depois.

  • Jaime Marta Soares. “O SIRESP faliu durante algumas horas na tarde de sábado” Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2017.06.21
    • Fonte: i-online
    • Autor: Ana Petronilho
    • Há dois mil bombeiros em ação que, com a rotatividade, representam seis mil em movimento. O maior fogo de sempre em Portugal está longe de ser extinto A rede de comunicações que liga todas as autoridades de segurança e de emergência, o SIRESP, “faliu” durante “algumas horas” durante a tarde de sábado, já o incêndio de Pedrógão Grande lavrava no concelho e os bombeiros estavam no terreno. E sem dúvida que este cenário “teve implicações” na resposta de combate ao incêndio, aponta o presidente da Liga de Bombeiros, Jaime Marta Soares.

  • Proteção Civil admite pequenas falhas no SIRESP Link para a cache do Busca Tretas

    • Data: 2017.06.21
    • Fonte: tvi24
    • Autor: / Atualizada Às 11:10
    • É o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal. Comandante operacional diz que, no entanto, essas falhas "nunca comprometeram as operações" Há falhas no SIRESP, o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal e a Proteção Civil admite-o. Porém, o comandante operacional no teatro de operações em Pedrógão Grande garante que são mínimas e nunca comprometeram as operações.

6. Outras notas

6.1. José Magalhães, MAI TV e o Blog do MAI

O MAI gere um domínio 'mai-gov.info' que aloja diversos blogs. No dizer do ministério é "O blog do MAI é uma publicação oficial, criada para permitir expressão de opiniões segundo as regras da Web 2.0.". Assim, apesar deste domínio sair fora da hierarquia de domínios esperada para o Governo Português, podemos ter alguma confiança na informação lá contida. Esta informação foi-me dada directamente via mail por Pedro Nereu, assessor do ministro da administração interna.

Temos bastantes artigos sobre o SIRESP neste blog, podem obter uma listagem completa em:

O Secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna José Magalhães tem lincado a partir deste blog um video interessante, onde justifica o custo do SIRESP:

6.2. Site do MAI

No site do MAI também temos informação de boa qualidade, ver por favor:

(Como quando se muda de ministro, ou pior ainda, de Governo, os sites têm tendência a desaparecer, podemos e devemos fazer backup da informação de sites oficiais aqui para o tretas, de modo a que a infromação resista ao passar do tempo.)

7. Ficheiros em anexo a esta análise


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